POLÊMICA DA SEMANA - F1 TINHA CARROS PARA HOMENS, E SENNA "ERA MELHOR QUE TODOS NÓS", DIZ BERGER.
Imagem retirada da internet |
Companheiro do tricampeão na McLaren, ex-piloto austríaco afirma que Fórmula 1 atual é para "moças". Inglês relembra "boicote" do brasileiro na Lotus em 1986
Neste sábado, o Canal Brasil estreia o documentário "Ayrton - Retratos e Memórias", sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna, morto após acidente em 1994, no GP de San Marino, em Ímola. Em um dos depoimentos, o austríaco Gerhard Berger rende homenagens ao brasileiro, seu companheiro na McLaren entre 1990 e 1992. O ex-piloto afirma que, naquela época, os carros eram mais potentes e havia mais dificuldade. E Senna era o melhor.
- As pessoas que conhecem o esporte hoje não conseguem entender o que era um motor de 1.200 cavalos. Com pneus de treino, sem áreas de escape, em curvas de alta, de lado, indo embora, o que ele fazia melhor que todos nós. Era um carro para homem. Agora são carros para moças. Em carros para homens, com toda aquela potência, rodas grandes, sem câmbio automático, sem apoio de computador. Eram da pesada - disse o austríaco.
Berger lembra que, quando Senna ainda estava na Lotus, entre 1985 e 1987, conseguia ser o mais rápido nos treinos, mesmo com um carro inferior. Ayrton largou em primeiro lugar 16 vezes na equipe inglesa, somando as três temporadas.
Foto: (reprodução) |
- Se você disser "Ayrton Senna" para mim, o que vem à minha mente, além do amigo, é sua velocidade natural, suas voltas de classificação na Lotus, um dia depois do outro, uma semana depois da outra, sempre pole position. E não com um carro pole position. Ele é que levava o carro à pole position. Ele fazia o tempo todo, no último segundo do treino oficial, com grande força mental, num jeito inacreditável.
Foi na Lotus, em 1985, que Ayrton Senna conseguiu sua primeira vitória na Fórmula 1, no GP de Portugal. No fim daquela temporada, acabou na quarta posição do Mundial. A equipe decidiu trocar o italiano Elio de Angelis pelo inglês Derek Warwick. Mas o brasileiro vetou a presença do britânico na equipe.
- Foi uma momento difícil para mim. Assinei um contrato com a Lotus, para ter tratamento igual ao de Ayrton em 1986. Nós revezaríamos o carro reserva. Eu já tinha escolhido meus mecânicos, engenheiros, tudo. Então, recebi um telefonema em dezembro, para ir à fábrica. Achei que era para assinar contrato e receber meu primeiro pagamento. Mas senti que o clima estava diferente e me disseram que, infelizmente, não poderiam fechar comigo. Disseram que Ayrton não me queria como companheiro de equipe. Ele sabia que a equipe não tinha dinheiro, capacidade, mecânicos, engenheiros, para se concentrar em dois pilotos. Então aconteceu algo muito estranho. Recebi uma carta de Ayrton, me desejando tudo de bom para 86 - relembrou Warwick.
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