ENTREVISTA COM O PILOTO DE F-1, O MEXICANO SERGIO PEREZ
Fala turma!
Confiram esta esntrevista que o site TotalRace (http://www.totalrace.com.br/), realizou com o piloto mexicano de Fórmula 1, Sergio Perez, que corre pela equipe Sauber.
Data: 11/08/2011 09:31:00 - Atualizado em: 11/08/2011 09:42:57
Por: Felipe MottaPerez exclusivo: "Não quero ficar cinco anos correndo por pontos"
Mexicano revela que morou em um restaurante quando foi tentar a sorte na Europa aos 15 anos: "cheguei aqui pelo meu sacrifício"
Por: Felipe MottaPerez exclusivo: "Não quero ficar cinco anos correndo por pontos"
Mexicano revela que morou em um restaurante quando foi tentar a sorte na Europa aos 15 anos: "cheguei aqui pelo meu sacrifício"
Sergio Perez tem 11 corridas na Fórmula 1, número suficiente para mostrar velocidade e consistência para um jovem de 21 anos. O mexicano, com contrato renovado até o fim de 2012 com a Sauber, fala pouco. Calado, dá impressão às vezes de ser "marrento". Afirma, no entanto, ser como Nelsinho Piquet: tímido e fechado. "Sou um pouco tímido. Com o tempo vou me acostumado. Sou fechado e tudo é muito novo para mim. É um pouco difícil administrar tantas entrevistas e toda a imprensa", declara ao TotalRace o piloto que já é cotado para ocupar um cockpit da Ferrari em futuro não tão distante.
No segundo andar do motorhome da Sauber, "Checo", como é conhecido, recebeu a reportagem do TotalRace. Entre olhadas constantes ao celular, o mexicano falou sobre temas variados e mostrou um pouco mais de sua personalidade. "Aos 15 anos mudei para a Europa, sozinho e sem dinheiro. Vivi em um restaurante. Abri meu caminho por mim mesmo".
TOTALRACE: Você começou muito bem sua primeira temporada na F-1 – pelo menos na pista, porque depois o resultado foi alterado. Sua temporada de estreia vem sendo melhor do que esperava?
SERGIO PEREZ: A verdade é que sim. Estou muito contente com meu desenvolvimento durante a temporada. Desde a primeira corrida, tive um bom ritmo, o que é positivo e me dá muita satisfação e vontade de continuar melhorando.
TOTALRACE: O México já teve tradição na F-1, com vários pilotos e um circuito do qual Ayrton Senna gostava muito, especialmente da curva Peraltada. Por que o país ficou tanto tempo longe da F-1?
SERGIO PEREZ: Principalmente porque é muito difícil para qualquer piloto entrar na F-1. Não há muitas oportunidades e você tem de ir à Europa muito jovem. Eu vim aos 15 anos para tentar chegar ao máximo dentro da F-1.
TOTALRACE: Quando você chegou à F-1, com o apoio da Telmex, muita gente disse que você era o primeiro, depois viria Gutierrez e a Sauber seria uma equipe mexicana. É verdade?
SERGIO PEREZ: Não sei, acho que temos de esperar. Se o Gutierrez [piloto da Lotus ART, na GP2] conseguir os resultados, certamente estará na F-1 – e acho que conseguirá. É um piloto muito bom e está em uma ótima equipe, então deve lutar pelo campeonato. Esperamos que possamos contar com dois mexicanos na F-1, seria muito bom.
TOTALRACE: Depois da corrida da Austrália, entrevistei seu pai no paddock e ele disse que esperava que você se tornasse um exemplo porque vocês não eram ricos, como muitos outros pilotos. Conte um pouco de sua história. Onde você nasceu?
SERGIO PEREZ: Sou de Guadalajara e vim aos 15 anos para a Europa, sozinho, para lutar pelo meu sonho. Sem dinheiro, sem nada, vivendo em um restaurante. Pouco a pouco, fui abrindo caminho com minhas próprias forças e é algo de que me orgulho: olhar para trás e ver que tudo isso valeu a pena.
TOTALRACE: Você vivia em um restaurante?
SERGIO PEREZ: Sim, morei lá quando tinha 15 anos, na Alemanha.
TOTALRACE: Só morava ou trabalhava?
SERGIO PEREZ: Só morava. A equipe tinha um restaurante e tive de morar lá.
TOTALRACE: A comida era boa?
SERGIO PEREZ: Sim, muito boa.
TOTALRACE: Quando você começou a ter ajuda financeira?
SERGIO PEREZ: Quando eu vim para cá, já tinha a ajuda da Telmex, mas não pagavam tudo – não me ajudavam na questão da moradia. Mas eles já me ajudavam, senão jamais teria sido possível para mim. É uma grande satisfação poder chegar à F-1 depois de tanto sacrifício que fiz. Muita gente diz que estou aqui só pela ajuda da Telmex, mas não é verdade. Trabalhei muito e, se cheguei aqui hoje, foi por todas as horas de trabalho e todo o sacrifício que fiz por toda minha carreira.
TOTALRACE: Você fica irritado quando ouve que só está aqui pelo dinheiro?
SERGIO PEREZ: Não. O mais normal é que as pessoas falem. Não me preocupa, mas falam sem saber porque não fazem ideia do tanto que custou para mim chegar até aqui. Cheguei pelos resultados, pelo talento e pela vontade que tenho de vencer.
TOTALRACE: Houve algum momento em que você quase desistiu porque estava sozinho, sem a família?
SERGIO PEREZ: Claro, para mim foi muito difícil. Morava completamente sozinho na Alemanha, em uma cidade em que não tinha família, amigos, nada ao redor. Era muito deprimente, mas continuei sempre com a vontade de vencer na F-1.
TOTALRACE: Você tem 21 anos. Tem irmãos?
SERGIO PEREZ: Tenho dois irmãos. Um deles corre na Nascar e tem 24 anos e tenho também uma irmã de 27 anos.
TOTALRACE: Corre em que série?
SERGIO PEREZ: Ele corre na Nascar México e faz algumas corridas na Nationwide.
TOTALRACE: Como foi a reação no México com sua chegada à F-1? Os mexicanos costumam ser muito apaixonados por esporte.
SERGIO PEREZ: Está indo muito bem. O apoio vindo do meu país cresceu muito e isso me deixa orgulhoso. E cada vez me sinto mais bem adaptado à F-1, o que é muito bom. Dar satisfação a meu país é algo maravilhoso.
TOTALRACE: O Brasil teve Emerson, Nelson, Ayrton, e todos os que vieram depois sofreram muita pressão. São considerados ruins se chegarem em segundo lugar. Como é no México? Acham que o fato de você chegar nos pontos já está bom?
SERGIO PEREZ: A pressão é sempre grande. Meu país sempre quis me ver ganhando em todas as categorias pelas quais passei, mas tenho de ir passo a passo e esse é meu objetivo. Não quero ficar cinco anos correndo por pontos, quero disputar o campeonato. A pressão não me preocupa porque sempre tive. É algo normal para mim. Sei que tenho de ir passo a passo e as coisas vão acontecer.
TOTALRACE: Há uma frase que os mexicanos repetem quando o assunto é futebol: “jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Você acha que o fato de ter vindo cedo para a Europa o ajudou a ser mais frio e encarar melhor momentos decisivos?
SERGIO PEREZ: Sim, claro. É importante mudar de cultura, ver as coisas sob outra perspectiva desde muito cedo. Isso me ajudou a chegar onde estou.
TOTALRACE: Conhece o Brasil?
SERGIO PEREZ: Não, não conheço. Gosto muito de um restaurante que se chama Fogo de Chão, no qual já fui nos Estados Unidos, e o guaraná brasileiro. Já morei com dois brasileiros, são grandes amigos meus.
TOTALRACE: Como você avalia a situação do México. Quando olha de fora, o que está bom e o que precisa melhorar?
SERGIO PEREZ: O México é o país mais bonito que existe. Tive a oportunidade de conhecer e viver em vários países e não trocaria o México por nada, apesar de tudo. Não há outro lugar igual. Claro que sofremos com falta de segurança e outros problemas, mas não trocaria por outro lugar. As pessoas são muito amáveis, amigáveis e não é algo que se encontre em outro país.
TOTALRACE: Você já sonhava com a F-1 desde pequeno?
SERGIO PEREZ: Aos seis anos já corria de kart, mas gostava muito de futebol também. Mas logo fui para a Inglaterra ver meu irmão correr e foi quando me decidi perseguir meu sonho de chegar à F-1.
TOTALRACE: Qual era seu piloto preferido quando criança?
SERGIO PEREZ: Não coincidi com a época de Ayrton, mas acabei de ver o filme dele. Teria ficado muito feliz se pudesse ter assistido à F-1 na época dele porque o que ele fez foi maravilhoso, inesquecível. Definitivamente, acho que o melhor foi Ayrton.
TOTALRACE: Você falou de futebol. Jogava ou só assistia?
SERGIO PEREZ: Jogava. Era atacante.
TOTALRACE: E quanto tem os jogos dos pilotos, dá para ver que Fernando [Alonso] sabe jogar, Michael [Schumacher] também, mas os outros deixam um pouco a desejar. Você já jogou com eles?
SERGIO PEREZ: (risos) Já joguei com eles e concordo com você: eles não são muito bons. Não somos muito bons.
Confira o áudio da entrevista no blog de Felipe Motta
No segundo andar do motorhome da Sauber, "Checo", como é conhecido, recebeu a reportagem do TotalRace. Entre olhadas constantes ao celular, o mexicano falou sobre temas variados e mostrou um pouco mais de sua personalidade. "Aos 15 anos mudei para a Europa, sozinho e sem dinheiro. Vivi em um restaurante. Abri meu caminho por mim mesmo".
TOTALRACE: Você começou muito bem sua primeira temporada na F-1 – pelo menos na pista, porque depois o resultado foi alterado. Sua temporada de estreia vem sendo melhor do que esperava?
SERGIO PEREZ: A verdade é que sim. Estou muito contente com meu desenvolvimento durante a temporada. Desde a primeira corrida, tive um bom ritmo, o que é positivo e me dá muita satisfação e vontade de continuar melhorando.
TOTALRACE: O México já teve tradição na F-1, com vários pilotos e um circuito do qual Ayrton Senna gostava muito, especialmente da curva Peraltada. Por que o país ficou tanto tempo longe da F-1?
SERGIO PEREZ: Principalmente porque é muito difícil para qualquer piloto entrar na F-1. Não há muitas oportunidades e você tem de ir à Europa muito jovem. Eu vim aos 15 anos para tentar chegar ao máximo dentro da F-1.
TOTALRACE: Quando você chegou à F-1, com o apoio da Telmex, muita gente disse que você era o primeiro, depois viria Gutierrez e a Sauber seria uma equipe mexicana. É verdade?
SERGIO PEREZ: Não sei, acho que temos de esperar. Se o Gutierrez [piloto da Lotus ART, na GP2] conseguir os resultados, certamente estará na F-1 – e acho que conseguirá. É um piloto muito bom e está em uma ótima equipe, então deve lutar pelo campeonato. Esperamos que possamos contar com dois mexicanos na F-1, seria muito bom.
TOTALRACE: Depois da corrida da Austrália, entrevistei seu pai no paddock e ele disse que esperava que você se tornasse um exemplo porque vocês não eram ricos, como muitos outros pilotos. Conte um pouco de sua história. Onde você nasceu?
SERGIO PEREZ: Sou de Guadalajara e vim aos 15 anos para a Europa, sozinho, para lutar pelo meu sonho. Sem dinheiro, sem nada, vivendo em um restaurante. Pouco a pouco, fui abrindo caminho com minhas próprias forças e é algo de que me orgulho: olhar para trás e ver que tudo isso valeu a pena.
TOTALRACE: Você vivia em um restaurante?
SERGIO PEREZ: Sim, morei lá quando tinha 15 anos, na Alemanha.
TOTALRACE: Só morava ou trabalhava?
SERGIO PEREZ: Só morava. A equipe tinha um restaurante e tive de morar lá.
TOTALRACE: A comida era boa?
SERGIO PEREZ: Sim, muito boa.
TOTALRACE: Quando você começou a ter ajuda financeira?
SERGIO PEREZ: Quando eu vim para cá, já tinha a ajuda da Telmex, mas não pagavam tudo – não me ajudavam na questão da moradia. Mas eles já me ajudavam, senão jamais teria sido possível para mim. É uma grande satisfação poder chegar à F-1 depois de tanto sacrifício que fiz. Muita gente diz que estou aqui só pela ajuda da Telmex, mas não é verdade. Trabalhei muito e, se cheguei aqui hoje, foi por todas as horas de trabalho e todo o sacrifício que fiz por toda minha carreira.
TOTALRACE: Você fica irritado quando ouve que só está aqui pelo dinheiro?
SERGIO PEREZ: Não. O mais normal é que as pessoas falem. Não me preocupa, mas falam sem saber porque não fazem ideia do tanto que custou para mim chegar até aqui. Cheguei pelos resultados, pelo talento e pela vontade que tenho de vencer.
TOTALRACE: Houve algum momento em que você quase desistiu porque estava sozinho, sem a família?
SERGIO PEREZ: Claro, para mim foi muito difícil. Morava completamente sozinho na Alemanha, em uma cidade em que não tinha família, amigos, nada ao redor. Era muito deprimente, mas continuei sempre com a vontade de vencer na F-1.
TOTALRACE: Você tem 21 anos. Tem irmãos?
SERGIO PEREZ: Tenho dois irmãos. Um deles corre na Nascar e tem 24 anos e tenho também uma irmã de 27 anos.
TOTALRACE: Corre em que série?
SERGIO PEREZ: Ele corre na Nascar México e faz algumas corridas na Nationwide.
TOTALRACE: Como foi a reação no México com sua chegada à F-1? Os mexicanos costumam ser muito apaixonados por esporte.
SERGIO PEREZ: Está indo muito bem. O apoio vindo do meu país cresceu muito e isso me deixa orgulhoso. E cada vez me sinto mais bem adaptado à F-1, o que é muito bom. Dar satisfação a meu país é algo maravilhoso.
TOTALRACE: O Brasil teve Emerson, Nelson, Ayrton, e todos os que vieram depois sofreram muita pressão. São considerados ruins se chegarem em segundo lugar. Como é no México? Acham que o fato de você chegar nos pontos já está bom?
SERGIO PEREZ: A pressão é sempre grande. Meu país sempre quis me ver ganhando em todas as categorias pelas quais passei, mas tenho de ir passo a passo e esse é meu objetivo. Não quero ficar cinco anos correndo por pontos, quero disputar o campeonato. A pressão não me preocupa porque sempre tive. É algo normal para mim. Sei que tenho de ir passo a passo e as coisas vão acontecer.
TOTALRACE: Há uma frase que os mexicanos repetem quando o assunto é futebol: “jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Você acha que o fato de ter vindo cedo para a Europa o ajudou a ser mais frio e encarar melhor momentos decisivos?
SERGIO PEREZ: Sim, claro. É importante mudar de cultura, ver as coisas sob outra perspectiva desde muito cedo. Isso me ajudou a chegar onde estou.
TOTALRACE: Conhece o Brasil?
SERGIO PEREZ: Não, não conheço. Gosto muito de um restaurante que se chama Fogo de Chão, no qual já fui nos Estados Unidos, e o guaraná brasileiro. Já morei com dois brasileiros, são grandes amigos meus.
TOTALRACE: Como você avalia a situação do México. Quando olha de fora, o que está bom e o que precisa melhorar?
SERGIO PEREZ: O México é o país mais bonito que existe. Tive a oportunidade de conhecer e viver em vários países e não trocaria o México por nada, apesar de tudo. Não há outro lugar igual. Claro que sofremos com falta de segurança e outros problemas, mas não trocaria por outro lugar. As pessoas são muito amáveis, amigáveis e não é algo que se encontre em outro país.
TOTALRACE: Você já sonhava com a F-1 desde pequeno?
SERGIO PEREZ: Aos seis anos já corria de kart, mas gostava muito de futebol também. Mas logo fui para a Inglaterra ver meu irmão correr e foi quando me decidi perseguir meu sonho de chegar à F-1.
TOTALRACE: Qual era seu piloto preferido quando criança?
SERGIO PEREZ: Não coincidi com a época de Ayrton, mas acabei de ver o filme dele. Teria ficado muito feliz se pudesse ter assistido à F-1 na época dele porque o que ele fez foi maravilhoso, inesquecível. Definitivamente, acho que o melhor foi Ayrton.
TOTALRACE: Você falou de futebol. Jogava ou só assistia?
SERGIO PEREZ: Jogava. Era atacante.
TOTALRACE: E quanto tem os jogos dos pilotos, dá para ver que Fernando [Alonso] sabe jogar, Michael [Schumacher] também, mas os outros deixam um pouco a desejar. Você já jogou com eles?
SERGIO PEREZ: (risos) Já joguei com eles e concordo com você: eles não são muito bons. Não somos muito bons.
Confira o áudio da entrevista no blog de Felipe Motta
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